sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ano Novo, sempre novo


Um toque macio na porta. Mãos macias vem me mostrar a estrela-nova, a claridade do ano que nasce na divisa da linha imaginária do tempo.
Como um envelope lacrado, que surpresas trará? O que estará reservado? Promessas de alegria, de luminosa expectativa, incandescente esperança.
Trará violetas, trigo, caldo-doce-de-cana, este ano que espera ansioso os ponteiros se casalarem?
Andei lendo que Júpiter trará cultura, alegria sem receio e doçura. Que trará também tempo bom para o plantio da esperança.
Que todos os pastores soltem suas ovelhas de maciez aquecida, que todos os sentinelas abram os portões esquecidos do receber eterno, que todas as luzes acendam e iluminem a escuresa do difícil repartir. Que todos os homens coloquem, na divisa exata do tempo que chega, a sua ferramenta do construir, que todos os fornos assem o pão da doçura que será multiplicado para sempre!
Que dos meus, dos seus e de todos os olhos possa brotar o verdadeiro enxergar, aquele que lindo, há de ser pleno.
Que eu, você e todos possamos abraçar sem medo o fundo de nossas almas e tocar com maciez e tolerância a flor aberta do amor.
Que todos possam dar com carinho absoluto a caixa-presente do futuro, nas condições de um caminhar que nunca se cansa.
Que por trás do colorido, todos possam descobrir o branco que precisamos para colorir de pureza os cansados de pedir por justiça.
Que antes de tocar os sinos, que eu, você e todos possamos tocar o hino que nos faz gigantes e acreditados. Que não haja reservas nenhuma e nem medo. Sim que não haja medo, por que ainda somos meninos diante da grandiosidade do tempo e do amor.
Que não mais exista segredos, desistentes e fracassados...porque a estrela grandiosa há de brilhar sobre todos com igual brilho. E por ser Ano Novo que tudo renasça, cresça e tome conta desta bola azul, que flutua nos cosmos.
Que da janela do querer, possamos ver uns aos outros desarmados, apenas munidos do que é necessário para viver em paz.

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