terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Bom Natal!!

No Natal é tempo de trazer no peito apenas o de bom que plantamos e com alegria colhemos. Tempo de direcionar a vida,como se fosse uma grande vela desta linda embarcação que precisa chegar ao cais do amor. É tempo de se esquecer os rancores, os temores, as tristezas, tempo sim, de abrir o sorriso, o abraço, o coração. Deixar o sonho sobrepor a razão.
Como é tempo de amor e paz, é tempo de quebrar o gelo das resistências e dividir a vida, buscando esse sonho que o mundo tem quando chega Natal.
Vista-se de branco por dentro e por fora, coloque flores no cabelo e deixe bater mais forte o coração. Constele os olhos de estrelas e descubra como o Pequeno Príncipe, aqueles que cativou. E com alegria e encanto te torne eternamente responsável, porque a vida não é vida sem o brilho do amor.
Que neste Natal, você possa buscar a flor delicada que plantaram em seu coração e esparramar suas sementes ao sol e à chuva, para que germine e floresça. Pois é delas que precisa o mundo.
Beijos e um lindo Natal, onde o Menino Deus possa estar, ceiar ao seu lado, abrir seus presentes e dirigir à você um olhar carinhoso como quem diria:
___Você mais do que ninguém merece ser feliz!!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Doce querer


Quero a beleza de uma arquitetura dinâmica
E o riso de um teatro improvisado
Quero a paz eterna de quem dorme a muito

E a música de um piano calado.

Quero a loucura de uma fera solta

E todo mistério de um olhar molhado.

Quero a febre que me arde inteira,

Quero a mão fértil que semeia

As heras nos muros caiados.
Quero o romantismo de uma serenata

E todas as estrelas por sobre o telhado
Quero, quero tanto a leveza do voo dos pássaros.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Onde será?


...debruço mais uma vez na janela do querer e olho para você, querendo ser aceita com carinho. Querendo conquistar esse palmo que falta entre a razão e a fantasia.
Tenho me feito de poeta, colecionadora de palavras, pelo tanto que tenho guardado. Somado doces lembranças.
Ando leve para que me descubra diante da surpresa...para que sinta a minha falta.
Aqui da janela do querer, vejo a vida com expectativa e calma. Já não sei mais ver o dia sem ansiedade, sem vontade e sem verdume.
Mesmo com essa primavera que vegeta insone, esperamos ver flores, mistura de verde e poesia. Coisas nascidas da alma ou da calma que a demora impõe.
Aqui da minha janela respiro toda a minha resistência em viver. Prova que tenho que sobreviver, ocupando-me do que me é querido e importante.
Talvez nem seja preciso empunhar bandeiras, conquistar fronteiras. Já tive mares para nunca navegar, tive um céu inteirinho para nunca voar, verdes que nunca colhi, choros inúmeros que nunca revelei.
Pra você guardo sempre meus risos e sonhos, meus contos e cantos, pouco importa se o tempo continua a me oferecer resistências...pouco importa.
O que é bom guardo. Faz parte de mim como pele, pensamento.
Aqui sei que o olhar não alcança pelo limite denso, mas basta querer, basta sonhar para ter ali.
Hoje desenhei na cabeça coisas que planejei em festa. Para onde baterão as asas azuis desse meu sonho? Rumo a sua janela, talvez.
Se houvesse um gêmeo querer e se você pudesse reconhecer no meu querer o querer que te assusta.
Onde estaria? Como seria? Já envelhecemos tanto, e o tempo?
Onde será que pude perder a brancura da sua pele, onde será?

domingo, 8 de novembro de 2009

Seus olhos


Doce olhar o seu
que me acorrenta na correnteza dos sonhos.
Se pergunto,
Eles me respondem a rir,
por todos os meus elos com a vida.
Se canto,
eles me sondam por dentro,
como doença.
Doce olhar o seu
que me vegeta de jardins.
Se sofro,
eles me amparam maciamente.
Se calo,
eles me libertam de histórias antigas
que não desejo mais contar.
Se brinco,
eles vão rápido a minha frente,
preparando a estrada com flores e relva.
Doce olhar o seu
Olhar que hospedo em mim.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Quando...


Quando eu estiver antiga, repleta de muito conhecer e acreditar...quando meu paladar já não sentir o gosto bom da vida. Quando for futuro. Futuro de mim e de tudo que sou...quando eu estiver antiga, tão antiga e a saudade me encher de um veludo igualmente antigo, partirei para a minha estrela querida.
A minha estrela é um lugar de silêncio, não é necessário falar. Lá sabem, por amor ou instinto o que a palavra faz quando soa. Lá a semeadura das flores é o vento que faz, os homens são fartos de pão e de sonho e não há dor alguma...o dar e o receber é espontâneo.
No meu mundo o clima é ameno, embora faça um outro sol. A lua é sempre cheia, redonda e próxima.
Quando a saudade é muita e vem doer meu peito criança demais para entender certas coisas, desejo ganhar tempo e partir. Quando vejo crianças, campos floridos de margaridas e ouço principalmente música, a saudade vem fina, lança que é, entra em mim.
Então eu me perco em pensamentos tecidos de espumas e vejo a luz úmida que brilha em seus olhos, quando tenho minhas mão no morno das suas, me vem um medo enorme de partir...coisa que sei, inevitavelmente acontecerá, quando tudo em mim for antigo. Então abrirei meu voo e partirei já sentindo saudade.
Levantarei minhas asas invisíveis, guardarei meu coração num canto, bem próximo do alcance de suas mãos. Deixarei por aqui minha varanda, o vento, os meus sonhos e a doçura fina e morna do seu jeito de menino que me cativou para sempre e me fez cativa por este longo tempo.
Para chegar a minha estrela não é preciso naves, espaçonaves ou força. Basta conhecer o segredo do caminho e de tão antigo ser verdadeiramente novo...e permanecer encasulado no espaço que o amor se oferece entre o ter e o doar. É aí que a disponibilidade se abre porque existe o direito e a vontade de viver eternamente.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Arquivo do querer


Enquanto o amor explica que o coração é uma caixa mágica que guarda diferentes formas e texturas, fico aqui pensando que o meu coração é um arquivo, onde guardo com carinho a fotografia do tempo. Livro de capa fina e transparente onde guardo ou armazeno meu quere e verdades, asas e sossego.Guardo vozes e essa folha de outono que são seus olhos. Morno e azul lugar onde o querer cava lentamente e vai esculpindo saudades. Um livro de lições, colorido. Estocagem e força. Forma delicada, o contorno da sua boca-beijo e infinito.
Pétala e folha. Sonho e calor, fala pouca.
Busco no funda da minha saudade virar páginas e páginas desse meu livro e fico deslumbrada com tudo que vi, senti, aprendi. Fico maravilhada com tudo de lindo que tive. Coleção de coisas suaves. Som fino de asas em voo. Arribação e pouso. Serenidade e gozo.
Fresta de janela aberta e muito sol lá fora...planície de margaridas em longas hastes. Toalha fina de mesa, mãos e anel sobre a renda. Vento morno, filho-feto me arredondando o ventre, crescendo para o mundo bem debaixo de meus olhos. Existe também chuva mansa, molhando a grama já molhada, abelhas castanhas e douradas revoando o doce das suas palavras...luz, bem querer e esperança!
Buscar no fundo azul do mar do coração a saudade, revirar esse meu velho arquivo do querer, com o mesmo querer das mães diante da divisão justa do alimento, com carinho idêntico. Revirar a doçura boa deste meu passado se acasalando com a felicidade que ora me habita.
Neste meu passado vivem muitos oceanos, pedras brancas e roliças, algas marinhas rendando recifes, fina areia nos pés.
Existe uma varanda inundada de lua, musgo e amor. Estrelas...Aldebarã, talvez. Tem saudade e solidão. Tem saudade e multidão. Tem inevitavelmente você. O hálito de sua boca que contorna todos os meus desejos óbvios, cheiro de vida e música.Suas doces palavras correndo pelos espaços íntimos. Seu riso sonoro. Tem você, mistura única de tudo e nada. Foto ou cópia de tudo que me fez linda. Coleção de muitos e mansos carinhos.
Arquivo do querer, festa e fantasia. Arco-íris e cavalos soltos. Querer pleno e absoluto. Força que vem e não força, apenas toca de leve como se acordasse o passado...e esse momento ainda quer nascer.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Todos os caminhos


O caminho que existe entre meus olhos e o seu olhar é a longa distância que o infinito põe entre o céu e a terra. Mas é pequena esta distância, porque o querer é um passarinho que voa ligeiro...pombo correio, pensamento.
O caminho que existe entre a minha mão e a sua é uma estrada em espiral que sobe muito. Topo de montanha, força estranha que que toca sem tocar.
O caminho que existe entre o meu caminho e o seu é um novo caminhar. Uma outra estrada que leva a tudo e nada. Nesta estrada descubro ávida de medo e deslumbramento as coisas que me faz menina, que nos faz meninos, donos de todo tempo.
O caminho que existe entre a minha boca e a sua fala, é o mais silencioso de todos os caminhos. Quieto e forte, de muito e tanto. Alimento.
O caminho que existe entre o que é e o que será, é algo sem segredo algum. História que só o amor conhece, percebe e tece. Espuma. Violão e seu canto. Palavra de algodão-doce. Vontade voraz de amanhã e paz.
Por todos os caminhos andamos em comum acordo. Cumplicidade. E sabemos que um dia estaremos tão antigos um para o outro, tão antigos. Repletos no conhecer mais verdadeiro, que só os meninos conhecem pela ausência do medo. Nus e sem mistério algum, como não tem mistério a abelha para a flor.
Então mais tarde, quando ainda não for tarde para nós, eu te olharei com sabedoria de quem tudo sabe e aceita de prontidão. Guardando sempre a certeza que os nossos caminhos, serão apenas os mesmos caminhos, de todos os passarinhos que já sabem voar.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Revelação

...este amor que teima fazer suas teias em mim.
Eu nada faço para impedir.
Nada retiro do sonho e nem tento decifrá-lo.
Alimento o meu peito de uma esperança que não se destina a mim.
Arredo-me um pouco mais para conter este amor.
E ele toma conta do meu corpo.
Contido que está, floresce-me.
Revela-se.
Este amor que teima em renascer de quando em quando,
É ainda alimento.
Água e fonte,
Canto e música do vento.
Revelação contínua.
Reinvenção de sentimentos, coisas que não houveram.
Pensadas, bastaram para existir.
E coexistem, verdades e desejos
Como se fossem novelos da mesma lã,
Entrelaçados.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Brincadeiras



Fala muito...
...mas quando me ouve, ou me vê,
se cala e nada diz.
E nos seus olhos lindos,
Você rindo quer indagar o segredo que há,
no arco-íris que vagueia entre seus olhos e os meus.
No semicírculo que traça
entre a minha casa e a sua,
crio uma linha.
Fico nua e teço a teia de nossas loucuras.
Brinco de ser sua prima,
prima-dona, dona.
Ora amante, ora menina.
Então me alimento do teu cheiro,
e loucas travessuras faço,
sem remorso para ser sua.
Mas amor, temo te amando.
Nossas mentes,
herméticamente fechadas,
não decifram o amanhã.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Com emoção e doçura


Como referência, tomo o rumo das brisas. Ainda não descobri onde ancorar este meu possível-barco verdade, se em recifes inundados de luz e rendas ou na transparência sonhada do cais.
como referência, tomo o rumo do sol que lindamente morre para renascer mais belo amanhã. Fecho meus olhos e desenho seu contorno vermelho, onde os olhos do amor pode enxergar sem receio. Lá no distante onde a restrição da visão só alcança segurando as mãos do amor. E quando guardo, guardo com as chaves do perceptível, porque é só assim que se tem plenamente.
Como referência, tomo o rumo das aves, pois se que guiadas pelo instinto conhecem melhor os caminhos dos céus e dos homens...e bato minhas asas com idêntica ansiedade, porque é preciso chegar.
Um dia me disseram que chegar é mais doce que partir, mas aqui dentro, me reservo o direito de ficar sempre, enquanto for preciso. Nada me convence que partir é o melhor caminho.
Como um garimpeiro sei onde anda escondido meu tesouro. Mágica situação me faz ser viajante. Mesmo que , estáticamente parada, pois pelos caminhos do meu pensamento estou sempre a procura de minha pedra preciosa. Que quando refletida em luz, nas palmas de minha mão em cuia, haverá de me dar a certeza de ser a mais bela de todas as pedras que reluzem. Pedra que guardarei como tudo que busco com determinação. Tenho uma coleção delas expostas em meus olhos e outras tantas que me enchem de luz quando estou feliz e verdadeira.
Como referência, procuro o rumo de suas mãos, embarcação de pluma.
Em todos os gestos desfolho a minha rosa dos ventos e ventanias...e quando ainda não for tarde para mim e nem para você, colocarei minhas rosas no vaso e sentarei na sacada. Cansada de te esperar, olharei tonta de emoção a doçura de nossas vidas.